O impacto das selfies com animais silvestres e 8 dicas para um turismo ético com animais

Todos os anos milhões de turistas viajam pelo mundo em busca de lazer, entretenimento e um pouco de pausa, frente às atribuições do nosso cotidiano.

Grande parte desses viajantes se interessam por um contato maior com a fauna e flora, buscando por roteiros que permitam estar em contato com a natureza.

No entanto, este envolvimento – se feito da maneira errada – pode ser extremamente prejudicial, principalmente aos animais.

Golfinho como atração turística
Golfinho sendo utilizado como prancha em atração turística

Um grande exemplo é o tipo de turismo com animais praticado na Amazônia, onde eles são expostos a um nível elevado de crueldade e sofrimento.

Para conscientizar e acabar com este tipo de turismo, a Proteção Animal Mundial lançou a campanha “Silvestre. Não Entretenimento” e o relatório “Um foco na crueldade”, que detalha o impacto prejudicial das selfies com vida silvestre.

O estudo revela que as principais empresas do mercado turístico regional se beneficiam da exploração e venda de experiências em que o contato direto com fauna silvestre é oferecido aos turistas: 54% oferecem contato direto, 35% usam alimentos para atrair os animais e 11% oferecem a oportunidade de nadar com eles, ou seja, 100% das companhias oferecem algum tipo de interação e, por tabela, sofrimento aos animais silvestres.

Preguiça sendo capturada na Amazônia

A busca por selfies com animais silvestres é uma fonte cada vez mais alarmante de preocupação com o bem-estar animal, e, em alguns casos, até para a conservação, visto a exploração de algumas espécies que se encontram ameaçadas de extinção.

Como grande parte desses maus-tratos ocorre nos bastidores, a Proteção Animal Mundial recomenda que os passeios com fauna sigam as regras abaixo:

1- Os animais silvestres devem estar livres na natureza sempre, e nunca presos em cativeiro, gaiolas ou acorrentados;

2- Não tire selfies com animais silvestres;

3- Animais silvestres não são usados em shows;

4- Não toque ou abrace os animais silvestres, e mantenha sempre uma distância mínima e segura;

5- Não ofereça alimentos aos animais silvestres, principalmente com a intenção de atraí-los;

6- Atividades prévias de educação ambiental devem ser oferecidas para preparar o turista para a experiência, garantindo visitas calmas e silenciosas;

7- O passeio não pode causar impactos negativos aos ambientes naturais;

8- Reclame com o operador de turismo e denuncie às autoridades públicas a respeito de questões de bem-estar de animais silvestres em atrações turísticas.


Frisamos que animais silvestres pertencem à natureza e ali devem ficar.

Por isso, invista em turismo de observação – veja como exemplos os trabalhos do instituto Arara Azul e da Associação Mico Leão Dourado -, onde os animais estão em seu habitat, agindo de forma natural e sem nenhum tipo de sofrimento ou estresse.




Esse artigo foi elaborado por João Almeida, Gerente de Campanha de Vida Silvestre na Proteção Animal Mundial.


Podcast:

Recomendamos este episódio do podcast Mega Animal da Proteção Animal Mundial, onde participamos falando sobre o ponto de vista de turistas em relação a indústria do turismo e entretenimento com animais silvestres:

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